Quando um jovem inicia seu processo de escolha profissional, os pais podem ser grandes colaboradores, se agirem de forma positiva. O problema é quando a família passa a ter determinadas atitudes, muitas vezes sem perceber ou por querer proteger o filho. Isso pode acabar deixando-o ainda mais ansioso e confuso.
O melhor papel que os pais podem desempenhar durante a escolha profissional do filho é saber o momento certo de orientá-los. Convém lembrar que orientar significa guiar, sem cobranças, sem pressionar o jovem que passa por esse processo, muitas vezes, delicado.
E podemos dizer que se trata de algo mais importante ainda: orientar é sinônimo de direcionar, e não escolher a profissão para o filho, pelo filho, muito menos transmitir ansiedades e expectativas irrealistas a ele. Muitas vezes se torna difícil para os pais controlarem a ansiedade, mas é importante e, sobretudo, necessário!
Nesse momento, vale a pena valorizar os aspectos positivos do filho e apoiá-lo nas decisões que ele tomar. A família também pode motivá-lo para que ele se sinta mais seguro e tenha condições de fazer uma escolha responsável e madura.
É muito importante que os pais saibam que o jovem ao fazer a escolha profissional é um adolescente ou um adulto jovem, ainda em desenvolvimento intelectual, emocional e social. Ele encontra-se no período de desenvolvimento psicológico.
Eventualmente ocorre pressões prematuras ou irrealistas. Tais cobranças podem ser por conveniências sociais, ou pela estrutura educacional em que o jovem é levado – se não obrigado – a fazer escolhas vocacionais e tomar decisões precipitadas, sem orientação, quando ainda não está pronto para fazê-la.
Muitos pais afirmam reconhecer isso, mas se faz necessário também ter pensamentos e ações coerentes com este entendimento.
É natural os pais se sentirem ansiosos, pois é um momento delicado em que o filho muitas vezes está prestes a sair de casa - no caso de a universidade ser em outra cidade, até mesmo em outro Estado. O jovem passará, a partir de então, a ter que lidar com uma realidade bem diferente.
E é nesse momento que o adulto necessita ter um autocontrole ainda maior para que consiga orientar o filho, ainda em fase de amadurecimento psicológico. Sem contar que, quando um filho sai de casa, também existe uma perda para ele, não somente para os pais.
O jovem, além de ter que passar pelo processo da escolha profissional, também precisará lidar com a separação dos pais, quando a universidade é distante da casa da família. Ter de renunciar ao aconchego e a proteção dos pais também é conflitante para o filho, além dele ter que lidar com a escolha desconhecida e incerta - a futura profissão – o que implica o abandono de outras coisas, pessoas e possibilidades.
Ao decidir, ou apenas pensar em decidir, o jovem percebe ou pressente o que vai deixar para trás: escola, professores, amigos, colegas, o ambiente físico e social das salas de aula e do pátio de recreio e talvez mesmo a família. Assim, irá se separar das certezas e da comodidade do já conhecido, de uma certa não-responsabilidade diante da vida, do descompromisso com seu destino, das matérias escolares que já dominava, da juventude que começa a receber a sombra do mundo adulto.
É um momento que envolve a família inteira. Os pais devem criar um ambiente favorável para que o filho tenha tranquilidade, crie autonomia para que descubra a si mesmo e construa seu projeto de vida.
Os pais são muito importantes nessa fase. E saber a hora certa de conversar com o filho sobre a escolha da profissão pode ser de grande valia e, consequentemente, contribui positivamente na profissão e no futuro de uma carreira de sucesso do filho.